Quando escrevi a crônica anterior, sobre os bazares, acabei não detalhando o objeto que comprei porque percebi que isso seria toda uma outra história. Pois, um samovar.
Em termos de praticidade de transporte, um samovar é algo assim como um berimbau com uma jaca de brinde. A legitima mala sem alça.
Eis a foto de um samovar. Não é o meu, o meu está envolto em plástico-bolha dentro de uma sacola do tamanho da minha mala.
Um samovar é um utensílio originário da Europa Oriental e da porção ocidental da Ásia, particularmente presente nas culturas russa e turca. A utilidade de um samovar é preparar e servir chá.
Um trambolho desses para fazer chá!
Para fazer do chá um ritual, eu diria. E eu gosto disso. Tenho gostos inusitados, incluindo gosto por "lembranças" um tanto surpreendentes.
Os samovares tradicionais funcionam a carvão. O meu aceita carvão, mas alternativamente pode ser ligado na eletricidade - acabo de lembrar que a voltagem aqui é diferente da do Rio, ou seja, terei de comprar um adaptador assim que chegar, mas isso é o de menos.
Claro que, enquanto negociava o samovar, eu pensava nele decorando minha sala, esquentando o chá que servirei às visitas assim que voltar para casa e até mesmo aquecendo a água do chimarrão. Nessas horas, ninguém pensa nas possíveis dificuldades de se atravessar três continentes com um troço desses a tiracolo. Claro que não pensei nos sete voos, três ônibus e um trem que ainda vou ter de pegar. Vai ser engraçado.
Agora, estou apostando pelo menos na possibilidade de usar um armário alugado no aeroporto de Istambul. Isso me pouparia de carregar o samovar em quatro voos internos, o que já é bastante coisa.
Depois, só vou torcer para que ele chegue inteiro ao Brasil. Alguém aí vai querer chá?