Com tantos lugares interessantes para se conhecer mundo afora, não costumo repetir um destino, ao menos não nessas viagens longas. Mas vim pela segunda vez a Rijeka, na Croácia. Ou, mais precisamente, a Matulji, uma pequena cidade perto de Rijeka.
É a primeira vez que repito um destino por essas bandas. E acabou sendo interessante: descobri que ainda havia muito a ser explorado nos arredores. E havia os lugares de que eu me lembrava e que me deixaram com uma sensação boa de familiaridade, de estar como que em casa.
Rijeka é uma cidade média ou mesmo grande para os padrões locais. Ainda assim, é pequena para um brasileiro acostumado a cidades bem maiores. Ela tem pelo menos três coisas em comum com Porto Alegre: um porto (se não me engano, é o maior da Croácia), uma importante rua para pedestres (a "Rua da Praia" deles se chama Korzo) e uma relativa proximidade com um país vizinho. Rijeka tem muito da Itália no dialeto e nos costumes e chegou mesmo a fazer parte da Itália anos atrás, assim como Porto Alegre guarda similaridades culturais com nossos vizinhos do Prata.
E duas coisas Rijeka (que se chama Fiume em italiano) tem em comum com o Rio de Janeiro. A primeira é o nome, afinal Rijeka (ou Fiume) significa precisamente "rio". Outra é... o carnaval. É ao estilo europeu, diferente do nosso, claro, mas ainda assim é suficiente para encher a cidade de turistas em fevereiro ou março.
O carnaval ainda não chegou, mas a cidade já está decorada com bandeiras e máscaras. As lojas vendem tecidos para fantasias. E eu caminho pela Korzo, reconhecendo os lugares que vi há um ano e descobrindo outros novos. Ou me surpreendendo com a diferença entre o sotaque (ou dialeto?) daqui e o de Zagreb - coisa que eu não tinha percebido antes por estar menos habituado à língua e por não ter estado ainda em Zagreb.
E vou até Matulji, praticamente um subúrbio de Rijeka. Lugar calmo entre o mar e as montanhas, de ruas estreitas e casas com pilhas de lenha acumulada para estes dias de inverno. Em Matulji encontro a razão para voltar a um lugar, razão que me parece tão óbvia: rever bons amigos. Pode haver motivo melhor?