domingo, 13 de março de 2016

Pirâmides do México

Ao andar pelo México, é impossível não se deparar com referências à cultura pré-colombiana. Na comida. Nos nomes dos logradouros e em várias palavras de uso corrente (vocês sabiam que chapulín é o nome de um tipo de grilo?). Em representações artísticas (de painéis, pinturas e esculturas a jóias e amuletos, são inúmeros os objetos com traços astecas).
Porém, a herança mais palpável dos povos que habitaram o México é, sem dúvida, feita de pedra: as suas pirâmides, templos e cidades. A humanidade, por algum motivo, parece gostar de pirâmides. A eterna vontade de se aproximar do céu, talvez. Ainda hoje, visitar as ruínas dessas pirâmides que fomos deixando ao longo da história é impressionante.
Nos arredores da Cidade do México fica a antiga cidade de Teotihuacán. Acordamos cedo para ir até lá e fomos recompensados: as hordas de turistas ainda demorariam um pouco para chegar e, assim, tínhamos Teotihuacán e suas pirâmides quase que só para nós. Um dia frio, com o sol recém começando a se mostrar; caminhamos pela avenida central, subimos e descemos as pirâmides, enquanto alguns balões passam no horizonte. As ruínas de Teotihuacán tiram o fôlego pela paisagem e pelo esforço de subir todos aqueles degraus.
Um pouco mais longe, já no estado de Puebla, está a pirâmide de Cholula. Que é, esta sim, bastante inusitada para quem chega com a ideia de uma pirâmide clássica. A grande pirâmide de Cholula é considerada a maior do mundo em área e em volume, mas não em altura (a esse respeito, a comparação da Wikipedia é bastante interessante). E tem a particularidade de estar, hoje, quase completamente tomada pela vegetação, a ponto de que  um desavisado poderia chegar ao topo com a impressão de estar subindo um morro, e não escalando uma pirâmide. No alto há uma igreja católica que remonta ao século XVI, o que disfarça ainda mais a pirâmide original. Controverso, talvez, mas não de todo surpreendente: afinal, é o eterno desejo de se aproximar do céu.