quarta-feira, 11 de junho de 2014

Manual prático de como receber visitantes

Entramos na lojinha-sorveteria em Tvøroyri, nas Ilhas Faroe, tentados pelo cartaz que anunciava sorvetes.
Enquanto escolhíamos nossos sabores, entrou outra pessoa que nos cumprimentou e falou mais alguma coisa em feroês. Certamente percebeu nossa hesitação, pois, em seguida, já em inglês, perguntou se éramos estrangeiros. Ao respondermos que sim, ele nos fez o convite com total naturalidade:
– Querem vir comigo visitar um amigo? Estou levando flores para ele. – e apontou para uma sacola de plástico com algumas mudas.
Mesmo já tendo tido antes um bom vislumbre da hospitalidade faroesa, não pudemos deixar de ficarmos surpresos. E de seguir o senhor que nos convidava. Atravessamos a rua e chegamos a uma casa grande, no alto e com mais uma bela vista para o fiorde. O dono da casa se entretinha com flores numa longa jardineira e se levantou para cumprimentar o amigo, que nos apresentou e entregou as mudas que trazia.
Fomos convidados a nos sentarmos de frente para a jardineira e para o mar. Ofereceram chocolates. Depois cerveja. O próprio dono da casa não bebe álcool, mas tem cerveja em casa para as visitas. O amigo reclama que a cerveja está velha, mas não perde a oportunidade de beber. Logo se vê que são amigos de longa data. Pedem à Renata que dê um palpite sobre a idade deles e ela, certeira, acerta: têm 67 anos os dois.
O dono da casa, agora aposentado, foi pescador, o que nas Ilhas Faroe é bastante emblemático. Aliás, ele chegou a comandante de navio pesqueiro. Durante o tempo em que conversamos, ele contou da vida no mar, das viagens de pesca à Groenlândia e de como, após seis meses no mar, voltava para casa sem ser reconhecido pelos próprios filhos. Vida dura a daqueles tempos, mas que parece ter conduzido os dois bem-humorados senhores a uma rotina hoje agradável. A casa tem dois enormes congeladores de tamanho industrial repletos de peixe. Nosso anfitrião entende tudo de barcos, de pesca e, claro, de peixes. Bem como de baleias. “Hoje em dia o Greenpeace vive no nosso pé”, diz ele sobre a controversa caça à baleia tradicional das Ilhas Faroe, e é fascinante sentir, nas palavras e nas histórias dele, o outro lado da moeda, aquele que vai além da pesquisa fácil no Google. Conversamos de tudo um pouco. Do clima, de economia, de costumes. Do costume faroês de se ajudarem mutuamente, algo talvez imprescindível à sobrevivência num ambiente inóspito. E de como aos poucos esse costume vai perdendo força entre as novas gerações, com o dinheiro falando cada vez mais alto.
Não importa: no bom e velho estilo faroês, oferecem-nos bacalhau congelado. Como recusamos, insinuam que podemos ficar para jantar... O que, constrangidos, também recusamos.
Então o dono da casa vem, dali a pouco, com um baita livro de fotografias de pesca e de pescadores. Ele diz que tem dois exemplares do mesmo livro (o que tanto pode ser verdade quanto não...). E nos oferece o livro de presente, de uma forma que ficamos sem argumentos para recusar.
Quando nos despedimos, deixamos a promessa de enviar, pelo correio, sementes de flores brasileiras. Eles estão ansiosos para saber se serão capazes de cultivar, lá, algumas das nossas plantas. Já eu fico pensando se, algum dia, seremos capazes de cultivar com tanta naturalidade uma hospitalidade como a deles.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O dia em que bati bola com uma estrela da seleção

E o bate-bola sequer é a melhor parte da história.
Suđuroy, Ilhas Faroe. Após desembarcarmos, eu e a Renata, tínhamos um caminho de algo mais de um quilômetro até a nossa pousada. Assim, pusemo-nos a andar, arrastando a mala, pela estrada que leva ao centro da cidade. Lá pela metade da distância, um carro que vinha passando parou e ofereceu carona – não a primeira vez que nos ofereciam carona, espontaneamente, nas Ilhas Faroe. Aceitamos de bom grado. Assim que entramos no carro, reparamos que havia uma camisa da seleção brasileira no banco de trás. Quase no mesmo instante, o homem perguntou de onde éramos e...
...e não há como descrever a reação dele ao descobrir que éramos brasileiros. Ficou empolgado, sorria, exclamava e se sacudia – o que era ainda mais dramático porque notamos que tinha mal de Parkinson. Daí começou a falar, ao mesmo tempo que pedia desculpas por não saber muito de inglês (mas entendia uma meia dúzia de outras línguas: feroês, dinamarquês, islandês, sueco e por aí afora). Fã de Pelé. Disse que havia sido jogador do time de futebol da cidade, o Tvøroyrar Bóltfelag (TB), e da seleção faroesa. Não cabia em si de empolgação. “Brasilia! Fantastik! Brasilia!” Perguntou se podia nos levar ao estádio de futebol e, quase que respondendo por nós, cruzou a pequena cidade até chegar no tal estádio. Parou o carro, tirou do porta-malas uma bola de futebol, entrou no campo e me chamou para jogar. Eu não conseguia acreditar, mas estava ali, tentando embaixadinhas e dribles com um ex-jogador faroês (e descobrindo que minhas limitadas habilidades futebolísticas não melhoraram com o tempo) no estádio municipal de Tvøroyri.
Foto de Renata Teixeira
Na verdade, ficamos poucos minutos lá; ele nos convidou para irmos conhecer a casa dele e lá fomos. Nosso anfitrião – cujo nome é Tróndur Nolsøe – mora em uma grande casa de dois andares, com ampla vista para o lindo fiorde em frente, e com toda espécie de relíquias e bugigangas que se pode imaginar, boa parte delas ligada ao futebol: um pôster gigante do Pelé autografado pelo próprio, inúmeras flâmulas e camisas de futebol, álbuns de figurinhas, livros, fotos, bibelôs...
Não duvido de que ele teria passado a tarde toda conosco. Mas lá pelas tantas, após ter mostrado parte do seu museu pessoal, Tróndur se prontificou a nos levar à pousada e só se despediu quando já estávamos bem instalados lá.
Acontece que a história não parou por aí. Mais tarde, estávamos na pousada quando ouvimos alguém chamar – era ele que tinha vindo fazer uma visita. Conversamos, ele catou um baralho e se pôs a fazer mágicas com cartas, em seguida ensinou alguns truques, depois ainda fez um convite para ir pescar – recusei, minha intimidade com pesca consegue ser menor do que minha intimidade com a bola. No final, ofereceu-nos de presente uma pequena bandeira das Ilhas Faroe.
Eu e a Renata estávamos maravilhados, tínhamos anotado o endereço dele e prometido enviar algo (uma camisa da seleção, alguma lembrança do Brasil?), e não nos perdoávamos por não ter nada para oferecer (um par de havaianas, que fosse!). Resolvemos sair e procurar por algo que pudéssemos comprar para ele – mesmo a cidade sendo pequena e as lojas quase inexistentes, já tínhamos reparado que, graças à Copa do Mundo, não era impossível encontrar artigos verde-amarelos em qualquer lugar que fosse. Acabamos comprando a Brazuca, a bola da Copa. E fomos até a casa dele para retribuir as gentilezas do dia anterior.
Tróndur ficou eufórico quando nos viu, convidou-nos para entrar, ofereceu chá, bolo, doces, balas. Trouxe um presente: uma pedra arredondada, comum na região, em que ele mesmo pintou a bandeira brasileira. Sentamo-nos no sofá do andar de cima, que tem as enormes janelas com a vista para Tvøroyri, uma grande televisão, vasos e mesa de vidro. Tróndur não cabia em si, desceu e voltou com a bola que havia ganho de presente e pediu que eu a autografasse! Após, começou a fazer embaixadinhas no meio da sala – ele, com Parkinson, no meio daquele universo de coisas quebráveis! E conversava, falava da esposa, dos filhos já crescidos, do trabalho e de futebol.
Despedimo-nos. Para quê! Não deu meia hora, lá estava nosso novo amigo nos procurando na pousada. Vinha trazer mais presentes: um livro sobre o Tvøroyrar Bóltfelag, desenhos feitos por ele e meias de lã (legítima lã faroesa!) feitas pela mãe dele. Ah! Como não ficar encantado e sem graça depois de tudo isso?

sábado, 7 de junho de 2014

Quando aparências enganam

Alguns países desafiam o nosso senso comum quando procuramos por um produto ou serviço específico. Definitivamente, as aparências enganam.
Nossa intenção era trocar o dinheiro por coroas em um banco assim que chegássemos à Dinamarca (afinal, graças à criatividade duvidosa de nossos legisladores, somos obrigados a carregar dinheiro vivo quando viajamos, enquanto o resto do mundo usa cartão). Mas perdemos o horário bancário em Billund, então deixamos para fazer o câmbio em Tórshavn.
Ao desembarcar em Tórshavn, numa quinta-feira, chegamos a procurar um banco, e ainda atribuímos o fato de estarem todos fechados a uma hipotética sesta, para só depois descobrir que era feriado nacional (Dia da Ascensão).
Esperamos então pela sexta-feira. Nesse dia, o plano era alugar um carro e sair dirigindo pelo arquipélago. Fácil, então: na primeira cidade que passássemos, após as 10 h, procuraríamos um banco com o auxílio do GPS (na verdade, de um aplicativo para celular, pois o programa original do GPS simplesmente ignora a existência das Ilhas Faroe!).
Dito e feito: entramos em Kollafjørđur, onde o aplicativo apontava a existência de dois bancos, e fomos até o primeiro deles. Como é comum nas Ilhas Faroe, o prédio era absolutamente igual a todos os outros, sem nenhum letreiro aparente, a não ser pelo horário de funcionamento afixado na porta - fechada. Uma mulher fumava do lado de fora. Deduzimos que a única funcionária tinha saído para fumar, então perguntamos a ela se estava aberto, ao que ela respondeu que não sabia - obviamente não se tratava de uma funcionária. Mas, prestativa, apontou para um cartaz com um número de telefone e se ofereceu para ligar e contatar a pessoa responsável. Agradecemos a boa vontade e nos prontificamos a esperar.
Enquanto a mulher ligava e começava a falar em feroês com alguém do outro lado da linha, espiei pela janela da agência. Chamei a Renata:
- Isso não é um banco...
E ela:
- Claro que é, o cartaz até diz o horário de funcionamento!
Eu repliquei:
- Olha lá dentro!
E, pela janela, ela viu o mesmo que eu: uma porção de cremes de cabelo. E uma placa que, mesmo em feroês - "Salong Hár" - não deixava dúvidas de que estávamos em frente a um salão de beleza.
E, dando a volta na casa, descobrimos o motivo do nosso erro: um simples caixa eletrônico, inútil para nós, até o qual o GPS havia nos guiado.
Entreolhamo-nos, sem graça, como quem pergunta: quem vai explicar para a mulher tão prestativa, que já está no meio da ligação?
Acontece que a própria mulher se virou para nós dizendo que a dona do salão estava em viagem na Dinamarca. Continuou explicando quando a tal dona voltava, mas mal sabia ela que, a essa altura, aliviados, nem prestávamos mais atenção!
Voltamos ao carro e seguimos viagem até Klaksvík, cidade maior onde tínhamos mais chances de encontrar uma agência de verdade. Mesmo assim, só pudemos ter certeza de que havíamos encontrado ao sair da agência já com as notas de coroas faroesas na mão, pois o banco não se parece nem um pouco com o que estamos acostumados. Nada de seguranças, detetores de metal ou portas giratórias. É uma simples construção de madeira. Entra-se e há uma mesa com café e bolachas para os clientes. Mesas e arquivos que lembram um escritório. Ressabiado, procurei indícios que pudessem me garantir que eu estava em uma agência bancária. Mas havia dois caixas atendendo, e uma pessoa esperando no que não chegava a ser uma fila. Juntei-me a ela e logo fui atendido, com a simpatia típica daqui e que, junto com a tranquilidade de se poder fazer um banco simples como aquele, não tem preço.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Noivos!

Le Louis XV, de Alain Ducasse, é certamente um dos restaurantes mais bem-conceituados do mundo. Um jantar lá seria algo assim como um sonho distante. Até que começamos a planejar a viagem a Mônaco, onde fica o restaurante. Mas coragem para se aventurar no Le Louis XV, e sorte de conseguir uma reserva na semana do Grande Prêmio de Mônaco, também parecia ser algo distante.
Até eu pensar "por que não?" e entrar em contato com eles. De repente, não é que tínhamos uma reserva para Le Louis XV? Então o sonho começou de verdade.
Afinal, seria a ocasião perfeita para oficializar nossa união, não é mesmo?
Nem vou contar como foi escolher um anel de noivado, acertar o tamanho dele e buscá-lo na H.Stern na manhã do próprio dia em que seria a tua defesa de mestrado e também o nosso voo para a Europa. Mas as coisas seguiram dentro do planejado!
De acordo com a etiqueta do restaurante, levei terno e gravata, traje completo para a nossa noite, e passando em Andorra, não foi por acaso que acabei comprando o mais chique dos relógios - eu queria estar impecável em todos os detalhes! Assim como acompanhava a tua expectativa, a tua escolha de roupas e acessórios...
No dia, prontos para sair para o restaurante, testei todos os bolsos que eu tinha para tentar ver em qual deles conseguiria esconder a caixinha com o anel. Parecia-me impossível que não percebesses, ainda mais quando quiseste tirar uma foto nossa a caminho do restaurante! Mas não reparaste no volume que eu tentava esconder...
Antes de sair do Brasil, não sabias que eu tinha telefonado para Mônaco, a princípio para reconfirmar a reserva, mas também para falar sobre um marriage proposal. Acertei tudo, eu deveria procurar um certo Michel e entregar o anel para que ele cuidasse do resto.
Daí que, enquanto saboreávamos cada um dos nossos inesquecíveis pratos - o couvert, o amuse-bouche (ou amansa-bucho, como gostamos de brincar) de vegetais com pequenos peixes (seriam enguias?), a sopa, os aspargos, les jardins de Provence com trufas negras... enquanto saboreávamos cada momento, eu procurava a ocasião de te distrair e chamar um dos garçons. Quando quiseste ir ao banheiro, agradeci intimamente. Tu te levantaste da mesa e eu procurei um garçom com os olhos, mas antes mesmo de conseguir contato visual já havia alguém do meu lado, com toda a elegância e discrição que o momento pedia, e me dizia: "I am Michel, monsieur, do you have anything for me?" Rapidamente passei o anel, juntamente com um bilhete. Ele fez um sinal positivo com a cabeça e saiu discretamente, para ainda voltar duas vezes - na primeira, dizendo que eu ficasse tranquilo, pois estava tudo certo e, na segunda, para me parabenizar e desejar boa sorte.
Voltaste à mesa e seguimos em direção ao grand finale. Os inesquecíveis raviólis com morels. Em seguida viriam as sobremesas que pedíramos.
Então trouxeram uma bandeja coberta com uma redoma de ouro! e a puseram na tua frente. "Un cadeau tout spécial pour le madame!" E, confessaste depois, chegaste a pensar que tua sobremesa estava em falta e estavam trazendo alguma compensação. Eu estava nervoso, admito. Ainda mais porque - indo além do combinado, mas seguindo o roteiro mais tradicional possível - de repente arredaram a mesinha e colocaram uma almofada no chão, ao teu lado. Não tive escolha e não precisei pensar. Num instante estavas descobrindo a bandeja, para achar lá dentro o teu anel envolto em pétalas de rosa e o meu bilhete onde digo para sermos, nós dois, um só. No instante seguinte olhas para o lado, estou de joelhos e seguro tua mão. Rimos e sorrimos. Então nos beijamos e ouvimos as palmas de todo o restaurante.
E que todo o resto da vida tenha esse sabor da mais deliciosa das nossas sobremesas. Te amo, Renata.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um ginásio nos Pirineus

Prefiro conhecer poucos países de cada vez, acredito que isso me dá mais chances de apreciar a cultura local sem ficar "pingando" de um lado a outro. Apesar disso, planejamos a viagem incluindo cinco (ou seis) países: Espanha, Andorra, França, Mônaco, Dinamarca e Ilhas Faroe. Acontece que, quando se visita lugares pequenos como Andorra, Mônaco e as Ilhas Faroe, é literalmente impossível fazê-lo sem passsar antes por algum outro país.
E o roteiro, no final das contas, foi bem agradável e rendeu até algumas surpresas.
Em Andorra - um micropaís nos Pirineus, entre a Espanha e a França - reparei em cartazes nos postes que anunciavam o IHF Trophy 2014, um torneio de handebol sub-20 que começaria exatamente durante nossa estada. Tive a sorte de lembrar de procurar informações no Google sobre esse torneio (o que não foi tão fácil, pois não havia sequer uma página oficial) e descobri que, dentre as oito seleções participantes, estava a das nossas queridas Ilhas Faroe. Ora, como iríamos visitá-las em seguida, eu e a Renata tínhamos a camisa da seleção e, como se não bastasse, o nosso Puffin "emigrado" de lá! Claro que resolvemos ver o primeiro jogo, que seria contra o Azerbaijão.
A preliminar foi Moldávia e Reino Unido, uma partida veloz que os moldavos venceram com uma moderada vantagem. Prestes a começar a partida seguinte, reparamos que os jogadores faroeses pareciam crianças inocentes perto dos demais, grandes e barbados. Começamos a temer pela sorte deles, e o temor se acentuou ainda mais quando soou o apito inicial e vimos que o toque de bola faroês era bem mais lento que o do jogo anterior.
Nesse meio tempo, estávamos nas arquibancadas eu e a Renata de camisas faroesas, além do Puffin com suas penas faroesas. Acho que os únicos outros presentes eram os membros da seleção técnica e, sendo assim, é claro que acabamos chamando a atenção...
Alguém veio perguntar se éramos faroeses. Respondemos contando rapidamente nossa história. Dali a pouco, veio outro, tirou uma foto nossa, entrevistou-nos, e disse que publicaria a história no Facebook deles. Em seguida, voltou o primeiro, munido de câmera e microfone, e nos entrevistou para a rádio-televisão faroesa. Estávamos gastando com louvor nossos 15 min de fama!
O que poderia ser melhor? Contra nossos temores iniciais, as Ilhas Faroe dominaram a partida e venceram por 43 a 12. Saímos do ginásio exultantes e prometendo torcer por eles até o final (pelo menos à distância, já que não teríamos mais tempo em Andorra para acompanhar o torneio). E não é que os guris foram campeões, vencendo todos os seus cinco jogos? Nossa alegria só não foi maior que a do Puffin, que dava voltas e voltas pelo ar!