Verdade que as tropas e os tanques de guerra há anos já foram embora. Mas o que primeiro nos recepcionou, quando desembarcamos do trem num final de tarde de fevereiro, foi o vento frio do inverno centro-europeu.
Então caminhamos até a Praça Venceslau (Václavské náměstí), que seria nosso endereço por alguns dias. Gosto de praças, e essa é uma área grande com jeito de porta de entrada para a cidade histórica - com efeito, as ruas vão ficando cada vez mais interessantes de se percorrer à medida que se caminha a partir da praça em direção ao centro.
Contra o frio, casaco, luvas, touca. E chocolate quente. O frio que encontramos em Praga não era extremo, mas também não era nada confortável; mesmo assim, trazia consigo uma vantagem: podíamos comprar chocolate quente na rua, com o pretexto de nos aquecermos, sem remorsos! E seguir caminhando com o copo da bebida, um pouco mais aquecidos e felizes.

Saindo do centro, experimentamos uma visita ao zoológico e uma partida de hóquei no gelo pelo campeonato local. Assim, mais uma vez oscilamos entre o familiar e o levemente exótico. De volta ao centro, descobrimos a Pařížská - rua de comércio chique, com lojas Louis Vuitton, Montblanc, Dior, que nos faz pensar numa Champs-Élysées e não por acaso tem nome de Paris. Não há dúvidas de que a Primavera passou por aqui.
E as livrarias, o relógio da igreja, o castelo, o rio. As ruas, as ruas deliciosas de se caminhar de mãos dadas. Quando o frio ou a fome pressionam, entramos num café. Então seguimos com uma certa leveza. O inverno, em Praga, vale a pena.