segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Álbum de viagem

Claro que, quando se trata de uma viagem como essa, todo mundo fica ansioso para ver as fotos. Pois aqui vão algumas, embora eu mesmo não tenha tido tempo de olhá-las com calma.

Templo do Céu, em Pequim


Caverna da Flauta de Bambu, em Guilin


Taj Mahal, em Agra

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Taj Mahal


Há monumentos e paisagens que, por mais que estejam presentes em fotos e no imaginário da gente, são ainda mais impressionantes ao vivo. O Taj Mahal é um deles. Belo, imponente, emocionante por todos os ângulos.
É um monumento para se ficar parado, olhando. Em seguida, uns passos para lá, e de novo olhar para ele. Descobrir cada novo ângulo. Depois, tomar fôlego (tanto por causa da beleza cintilante dele quanto por causa do calor indiano) e, de pés descalços e no sentido horário, circular ao redor do cenotáfio.
Cenotáfio: é o mesmo que uma tumba, porém sem restos mortais. Uma tumba simbólica. Pois, embora seja conhecido como o Monumento do Amor, o Taj Mahal é um mausoléu. Mas praticamente nada nele lembra um mausoléu. É tão branco, belo e brilhante, são tantos os detalhes esculpidos e incrustados no mármore! É de tirar o fôlego.
Mesmo depois da visita ao Taj Mahal, ele continua me acompanhando de vez em quando. Pois, de tão imponente, ele é visto facilmente de outros pontos de cidade e, especialmente, do forte de Agra. De repente, entro por um corredor, dobro uma esquina e lá está ele, lembrando que existem, sim, coisas que valem muito a pena serem vistas, degustadas e compartilhadas.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Os olhos da Índia

Se as mulheres indianas são bonitas? Bem, há bonitas e outras nem tanto, como em qualquer lugar. Mas não é isso que chama a atenção. Eu achava que o que chamava a atenção era a roupa - tantos sáris diferentes e coloridos. Porém, eu me dei conta de que não é só isso.
O olhar... Os olhos são uma das poucas partes do corpo que elas mostram (às vezes, a única parte). E é dificil encontrar os olhos de quem quer que seja por aqui.
As indianas têm olhos misteriosos. Não, não quero dizer que sejam atraentes. São olhos fugazes. Olhos que fogem. Olhos que sentem medo.
Mistério, fuga, medo. Esses olhos escondem fantasmas. E fantasmas podem, sim, ser assustadores.
Só são olhos, talvez, para o marido e o pai. São fantasmas. Não são olhos para capa da National Geographic; são olhos que marcam bem fundo quem por acaso cruzar com eles.
As mulheres indianas não falam com estrangeiros. Não falam com estranhos. Não falam. Bem, há algumas que chegam perto - mas não é fala, é um gemido. São mulheres grávidas ou com um filho no colo e que, levando as mãos à boca num gesto de partir o coração, pedem esmola.
Elas não pedem socorro. Ninguém lhes ensinou a pedir socorro. Nem há quem ensine fantasmas a agir como seres humanos. Sim, seres humanos, quem vai socorrer as mulheres indianas?
Os olhos dessas mulheres são a paisagem mais sincera que encontrei na Índia.

Quanto vale um passeio de elefante?

Hoje eu andei de elefante. Como descrever? Era um elefante indiano, claro, com aquela cara amiga de elefante. Pintado e decorado com as cores que se imagina nas pinturas mais otimistas. E o passeio? Bem, foi literalmente mais uma "volta" que um "passeio". É algo diferente. Primeiro, porque se vê tudo do alto. E também porque o sacolejar do elefante não se parece com nada de que eu me lembre - nem cavalo, nem um barco, nada mesmo. Mas seria agradável e divertido. Valendo, assim, as 500 rúpias que paguei - equivalentes a 25 reais ou cinco Maharaja Mac com coca-cola e fritas. Sendo que Maharaja Mac é o sanduíche que o McDonald's mais vende aqui, pois é óbvio que nao existe o Big Mac tradicional.
Bem... O que incomoda, na Índia, é que, já na metade do caminho, o condutor do elefante começa a me pedir gorjeta. "Tip! Tip! Tip!" E, quando desci do elefante, mais pedidos de gorjeta além do pagamento que havia sido acertado. Eles são amistosos e solícitos, mas somente enquanto esperam receber algo em troca. Não é a quantia que incomoda, é o assédio. E sabe no que mais eu pensei? No pobre do elefante, que tinha ainda menos escolha do que eu. Se eu estava me sentindo incomodado, que dirá o elefante! Fiquei com pena, sim. Perguntei o nome e me disseram que era Pashna (se é que meu ouvido entende algo de hindi). E o tal condutor não parecia ter cara de quem tratava tão bem o Pashna... Pobre amigo!
Sim, eu andei de elefante. Tenho fotos disso e, certamente, historias para contar enquanto houver gente disposta a ouvir. Por apenas 500 rúpias, fora a gorjeta. Mas para o elefante quanto terá custado esse passeio e tantos outros?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

India

De repente, estou num outro planeta. Esta eh a sensacao. Tudo eh diferente, tao diferente que nao adianta muito se preparar, ler livros e guias de viagem. As pesoas (fisionomia, maneira de vestir, atitudes). O transito e a organizacao (?) indecifravel das ruas. Os costumes, a cultura. Coloco o peh na rua e nao sei por onde comecar... A melhor solucao que encontrei foi contratar um motorista para me levar aos principais lugares de Delhi, que, alias, sao muito bonitos. Um "city tour" privado - por sorte, eh barato, cerca de 25 reais pelo dia inteiro. O inconveniente eh que o "city tour" varias paradas em lojas para turistas, essas sim bastante caras.
Aqui em Delhi eu estou me sentindo realmente sozinho. Nao consigo me sentir em casa. Isto eh algo que eu nao senti na China: lah eu conseguia entender como as coisas funcionavam e, havia mais turistas em situacao parecida com a minha e, alem disso, os chineses eram receptivos e prestativos. Bem, os indianos tambem sao prestativos, mas eh diferente, eh uma atitude mais servical, que me deixa pouco a vontade. Os chineses se esforcavam para ser amigos e nao queriam nada em troca. Os indianos se esforcam para serem criados e insistem em receber gorjeta. Por mais que a gorjeta seja insignificante, a situacao acaba nao sendo tao agradavel quanto poderia ser...
Vejamos... Dizem que a India sempre choca no comeco, mas que a gente se acostuma...