sábado, 23 de agosto de 2008

Trânsito

Após alguns dias na cidade, começo a entender o transito de Pequim. A minha primeira impressão tinha sido a de algo que, embora aparentemente caótico, funciona e faz sentido para os chineses.
Há muitas bicicletas, como era de se esperar, e elas andam à direita dos carros, às vezes em uma pista separada. A principal lição para os pedestres como eu é: os carros obedecem à sinaleira, mas as bicicletas, por algum motivo, não. Elas têm trânsito livre e não param quando vem um pedestre na faixa. Ou seja: cuidado redobrado ao atravessar a rua... Minha tática tem sido, além de dobrar a atenção, atravessar de preferência junto com algum chinês - sinal de que é razoavelmente seguro.
O trânsito até que anda bem - muito menos congestionado que São Paulo. As avenidas em geral facilitam a localização, pois são todas paralelas e perpendiculares, alinhadas com os pontos cardeais (o que é um principio do feng shui). Boa parte das placas está escrita tanto com ideogramas chineses quanto com a transliteração para o nosso alfabeto. Mas quando só há ideogramas, fica difícil...
Metrô
Como em todas as cidades que eu conheço onde há metro, é a maneira mais fácil de um turista se locomover. E é muito barato! O equivalente a menos de 50 centavos de real cada passagem!
Táxi
Também é muito barato - já andei de táxi 3 vezes, e em nenhuma delas paguei mais do que uns 8 reais. O difícil é achar um táxi disponível - parece sempre que estão todos ocupados, ainda mais na saída dos jogos!
Outro inconveniente é que os motoristas em geral não sabem inglês. A dica é, para se safar dos apuros, andar com um mapa ou com o endereço escrito em mandarim - eu descobri que o ideal é um mapa em mandarim, como um que eu estou carregando o tempo todo.
Riquixá
Já no meu primeiro dia andei de riquixá motorizado. É um transporte curioso, mas precário. E, considerando que as outras opções são baratas, acaba não valendo a pena, a não ser como curiosidade ou quando não há alternativa. Negociar esta primeira viagem de riquixá foi, também, a minha primeira experiência de falar só mandarim com alguém que não sabe inglês. Funcionou bem, mas provavelmente eu poderia ter pago mais barato, se estivesse mais afiado na arte de pechinchar (os riquixás, ao contrário dos táxis, não têm taxímetro).
Depois, andei de ciclo-riquixá, ou seja, aquele triciclo em que o motorista vai pedalando e o passageiro atrás, num banco. Era uma viagem curta e eu resolvi experimentar por ser algo diferente e por não estar conseguindo achar um táxi livre. Mas confesso que me arrependi! Eu comecei a ver o motorista (nem sei se posso chamar de motorista) fazendo uma força danada para pedalar lomba acima, no sol, e eu sentado ali atrás, na sombra... Fiquei achando aquilo tudo uma situação tão primitiva, como se eu fosse um nobre e aquele pobre coitado estivesse fazendo algum trabalho forçado para mim. O pior é que algumas pessoas na rua olhavam para mim e eu, envergonhado, só baixava os olhos. Para me consolar, comecei a pensar que o motorista é que tinha insistido para me tomar como passageiro (e era verdade), que eu não tinha culpa de nada... Até que finalmente, chegamos. Paguei e saí aliviado...

2 comentários:

rejane disse...

Que situação!!! O coitado do chinês pedalando.. já pensou se tu sai na TV fazendo isso?? ah ah ah
Não vejo a hora de escutar todas as tuas histórias!!
Beijos!!!

Renata Teixeira disse...

Frase dita no México que vale pra esse post: "se seguirmos um idiota será nosso fim"!