sábado, 7 de maio de 2011

Da Ilha Grande ao Rio de Janeiro


No dia seguinte, mais um nascer do sol primoroso - o Saco do Céu realmente guarda imagens lindas. O nosso coração é que, a esta altura, vivia emoções contraditórias: seguiríamos viagem, mas em direção ao leste, ou seja, já no rumo de volta. Aos poucos, deixaríamos a Ilha Grande para trás e, mais do que isso, enfrentaríamos novamente a desgastante travessia até a cidade do Rio de Janeiro.
Mas uma coisa de cada vez. Ainda tínhamos mais um dia para aproveitar na ilha e o plano era retornar à Enseada das Palmas, passando o dia numa das praias de lá que ainda não havíamos explorado. Foi o que fizemos, e foram momentos agradáveis - a velejada tranquila, a ancoragem nas proximidades da praia, banho de mar, caminhada na areia, almoço num pequeno e pitoresco restaurante-balsa. No final do dia, seguimos para outro ponto no extremo nordeste, já pensando na travessia. Acomodamo-nos, procuramos descansar o máximo durante o tempo que ainda nos restava... e, antes do sol nascer, estávamos novamente navegando, agora voltando para casa. O vento ajudou ainda menos que na ida: no começo praticamente não nos apareceu, obrigando-nos a apelar para o motor. Em compensação, fomos brindados por mais um belo nascer-do-sol no mar.
Quando o vento apareceu, foi pela proa (vento contra), o que nos permitia avançar mas da maneira mais trabalhosa e demorada. Enfim, com um bocado de paciência e tempo mais que suficiente para todo tipo de divagações, aos poucos a paisagem do Rio se descortinava. Na Marambaia, ouvíamos repetidos estrondos - trata-se de uma área militar. Na Barra da Tijuca, via-se a tradicional multidão de guardassóis tomanco conta da praia. Ansiávamos por chegar em casa, mas estávamos mais uma vez sendo pegos pela noite durante a travessia - e ainda mais cansados que na ida. Optamos então por uma parada intermediária: ancoramos entre as ilhas Cagarras, já bem perto da barra da Guanabara, e passamos ali a noite. Acordamos com o sol, um pouco mais descansados, mas cada vez mais ansiosos com a vista de casa (e o vento, fraquíssimo, que não nos ajudava!). Enfim, seguimos. E chegamos. Desembarcamos mais cansados do que esperávamos, mas com todas as marcas indeléveis de férias ricas e intensas. Mil garrafas ao mar não dariam conta do que aqueles dias de mar e sal me acrescentaram.

3 comentários:

Renata Teixeira disse...

Oh meu bem! Eu deveria estar nessa travessia de volta de Ilha Grande, mas alguma coisa aconteceu (não me lembro mais o que foi) e eu não passei pelos perrengues que vocês passaram nem vi as belezas que vocês viram... Mas de uma coisa eu tenho certeza, quando eu for conhecer Ilha Grande, você estará do lado! Espero também me tornar uma Imediata digna desse meu Capitão!!
Ainda sobre essa viagem, eu me lembro de como você voltou: magrinho, pretinho e carente! Que bom poder cuidar de você. Que bom poder fazer isso pra sempre!

Eduardo Trindade disse...

Quero também cuidar de ti, quero que cuidemos um do outro para sempre! Ainda temos muitos mares para velejar e lugares para visitar juntos!

Renata Teixeira disse...

Que amor!!! <3 <3