(Qualquer açoriano sobre qualquer vista de sua ilha.)
- Por que tantos muros de pedra?
- Temos muitas pedras, é preciso usá-las de alguma maneira, para dar espaço à terra onde plantar...
- Já foram ao Peter?
(No Faial, sobre o café que é parada obrigatória.)
- Maio ainda dá capote aos marinheiros.
(Numa região de ventos imprevisíveis, o aviso de que a primavera chegou mas ainda não se firmou.)
- Com licença, era o senhor que estava caminhando na rua ontem à noite, durante minha aula de música?
(Numa ilha em que todos se conhecem e as ruas ficam desertas quando cai a tarde.)
- Não há um açougue na ilha?
- Talho? Não temos. Cada um de nós cria suas próprias vacas. Aqui é um lugar diferente de qualquer outro. É preciso saber viver no Corvo.
- Hoje aqui, amanhã também...
(Suave resignação com o isolamento da ilha.)