Chegamos, enfim, a Óbidos.
Óbidos é, como dizem os livros de viagem, uma encantadora cidade cercada por muralhas medievais. Num extremo está o seu castelo. As ruas seguem o traçado original, as paredes são brancas e floridas... E há turistas. Muitos turistas, falando diferentes línguas, fotografando e circulando entre lojas de artesanatos. Lembra a cidade de Parati, no litoral fluminense - embora cada uma tenha suas particularidades, é claro.
Óbidos: um lindo lugar para se ver uma vila medieval. Mas... Eu diria apenas para 'ver'. Porque a ilha do Corvo, aquela sim, é um lugar para se 'sentir' uma vila medieval. A diferença? Na ilha, as ruas e as construções parecem mais autênticas, moldadas às necessidades dos habitantes e não reformadas de acordo com e estética do turismo. As pessoas realmente vivem daquela maneira, com o que a terra dá, os quintais são repletos de plantações e de animais, não de lojas de suvenires, e até mesmo as fechaduras das portas são únicas. Óbidos é mais fotogênica que isto, sem dúvida: restaurada e conservada, colorida, parece não ter um único beco cheirando mal. Mas qual delas, Óbidos ou Corvo, qual será que permite sentir melhor como se vivia séculos atrás?
Talvez cada uma tenha sua graça. Eu tenho medo de que o Corvo se transforme num lugar como Óbidos. Assim como Óbidos não precisa se transformar no Corvo.
Fotografia: vista de Óbidos.
Óbidos é, como dizem os livros de viagem, uma encantadora cidade cercada por muralhas medievais. Num extremo está o seu castelo. As ruas seguem o traçado original, as paredes são brancas e floridas... E há turistas. Muitos turistas, falando diferentes línguas, fotografando e circulando entre lojas de artesanatos. Lembra a cidade de Parati, no litoral fluminense - embora cada uma tenha suas particularidades, é claro.
Óbidos: um lindo lugar para se ver uma vila medieval. Mas... Eu diria apenas para 'ver'. Porque a ilha do Corvo, aquela sim, é um lugar para se 'sentir' uma vila medieval. A diferença? Na ilha, as ruas e as construções parecem mais autênticas, moldadas às necessidades dos habitantes e não reformadas de acordo com e estética do turismo. As pessoas realmente vivem daquela maneira, com o que a terra dá, os quintais são repletos de plantações e de animais, não de lojas de suvenires, e até mesmo as fechaduras das portas são únicas. Óbidos é mais fotogênica que isto, sem dúvida: restaurada e conservada, colorida, parece não ter um único beco cheirando mal. Mas qual delas, Óbidos ou Corvo, qual será que permite sentir melhor como se vivia séculos atrás?
Talvez cada uma tenha sua graça. Eu tenho medo de que o Corvo se transforme num lugar como Óbidos. Assim como Óbidos não precisa se transformar no Corvo.
Fotografia: vista de Óbidos.