Prefiro conhecer poucos países de cada vez, acredito que isso me dá mais chances de apreciar a cultura local sem ficar "pingando" de um lado a outro. Apesar disso, planejamos a viagem incluindo cinco (ou seis) países: Espanha, Andorra, França, Mônaco, Dinamarca e Ilhas Faroe. Acontece que, quando se visita lugares pequenos como Andorra, Mônaco e as Ilhas Faroe, é literalmente impossível fazê-lo sem passsar antes por algum outro país.
Em Andorra - um micropaís nos Pirineus, entre a Espanha e a França - reparei em cartazes nos postes que anunciavam o IHF Trophy 2014, um torneio de handebol sub-20 que começaria exatamente durante nossa estada. Tive a sorte de lembrar de procurar informações no Google sobre esse torneio (o que não foi tão fácil, pois não havia sequer uma página oficial) e descobri que, dentre as oito seleções participantes, estava a das nossas queridas Ilhas Faroe. Ora, como iríamos visitá-las em seguida, eu e a Renata tínhamos a camisa da seleção e, como se não bastasse, o nosso Puffin "emigrado" de lá! Claro que resolvemos ver o primeiro jogo, que seria contra o Azerbaijão.
A preliminar foi Moldávia e Reino Unido, uma partida veloz que os moldavos venceram com uma moderada vantagem. Prestes a começar a partida seguinte, reparamos que os jogadores faroeses pareciam crianças inocentes perto dos demais, grandes e barbados. Começamos a temer pela sorte deles, e o temor se acentuou ainda mais quando soou o apito inicial e vimos que o toque de bola faroês era bem mais lento que o do jogo anterior.
Nesse meio tempo, estávamos nas arquibancadas eu e a Renata de camisas faroesas, além do Puffin com suas penas faroesas. Acho que os únicos outros presentes eram os membros da seleção técnica e, sendo assim, é claro que acabamos chamando a atenção...
Alguém veio perguntar se éramos faroeses. Respondemos contando rapidamente nossa história. Dali a pouco, veio outro, tirou uma foto nossa, entrevistou-nos, e disse que publicaria a história no Facebook deles. Em seguida, voltou o primeiro, munido de câmera e microfone, e nos entrevistou para a rádio-televisão faroesa. Estávamos gastando com louvor nossos 15 min de fama!
O que poderia ser melhor? Contra nossos temores iniciais, as Ilhas Faroe dominaram a partida e venceram por 43 a 12. Saímos do ginásio exultantes e prometendo torcer por eles até o final (pelo menos à distância, já que não teríamos mais tempo em Andorra para acompanhar o torneio). E não é que os guris foram campeões, vencendo todos os seus cinco jogos? Nossa alegria só não foi maior que a do Puffin, que dava voltas e voltas pelo ar!