Hoje, nas Ilhas Faroe, dei-me conta de um conceito interessante: a diferença entre países que têm lugares bonitos e países que são bonitos.
As Faroe são um arquipélago de 18 ilhas próximas umas das outras, entre a Islândia e a Grã-Bretanha. Trata-se de um território semi-independente ligado ao Reino da Dinamarca (mas tem bandeira, língua, moeda e seleção de futebol próprias). E, sobretudo, as Ilhas Faroe são um lugar lindo por inteiro.
Entre ontem e hoje, percorremos as duas principais ilhas do arquipélago (além da terceira, onde fica o aeroporto). E perdi a conta das exclamações com a paisagem que surgia depois de cada curva: fiordes, picos nevados, cidades minúsculas e encantadoras. Vilarejos de 80, 50 ou 30 habitantes cada, com casas de pedra e telhados de grama - sim, plantam grama nos telhados, o que é uma forma de regular a temperatura no interior, além de deixar a cidade linda. Cada pessoa que surge nos cumprimenta com um sorriso incrivelmente cativante. Crianças acenam. Muitos em Tórshavn, a capital, sabem inglês. Já num vilarejo, um senhor sorridente nos faz uma longa e incompreensível pergunta em faroês; sorrio de volta e digo que somos do Brasil, ele parece ainda mais sorridente depois da resposta inusitada - turistas são raros por aqui, ainda mais sul-americanos.
Sei que ficamos cativados perdidamente por esse lugar lindo, de gente simples e bem-educada. Procuro colecionar memórias, fotos e suvenires. Já antevejo a saudade da hora da partida!