No começo, imaginei que fosse grande. Vejamos: foi considerada das mais importantes e poderosas cidades-estado da Itália, recebe uma quantidade espantosa de gente todos os dias, possui um acervo histórico e artístico maior que o de muitos países, é um centro cultural reconhecido...
Por outro lado, é uma cidade espantosamente compacta, a ponto de não ser difícil percorrê-la a pé. Apesar de movimentada pela quantidade de gente que passa por ela, conserva um ar antigo que certamente não combina com uma metrópole. E, o que para mim é o argumento definitivo, conhecidos se encontram nela ao acaso quando caminham por suas ruas.
Sim! Estou em Florença há três dias e isso já me aconteceu algumas vezes. Primeiro, uma senhora me parou na rua pedindo informação (qualquer hora vou escrever sobre a arte de dar informações, bem como a de pedir informações). Um pouco mais adiante, cruzei novamente com a mesma senhora (e aproveitei para complementar a indicação do caminho que ela queria). Minutos mais e nos vimos novamente! Aí foi impossível não parar pra conversar ao menos um pouco, ela era canadense e recém chegada à cidade...
Ontem foi uma moça que vi na pousada onde estou e vi novamente caminhando pela rua. À noite, de volta a pousada, ela me contou que havia passado, por acaso, praticamente pelos mesmos lugares que eu naquela tarde!
Hoje, foi um grupo de argentinos que sentou perto de mim num trem saindo de Florença. Voltei à cidade pela tarde e encontrei o mesmo grupo na entrada de um museu!
Agora me digam: isto tudo não acontece numa cidade grande, acontece?