domingo, 3 de julho de 2016

Na capa do jornal: foi incrível! (1/2)


Pois é! Sabíamos que, no nosso casamento, havia um jornalista falando conosco e tirando fotos. Esperávamos um pequeno parágrafo no jornal, como parece ser o costume quando as pessoas se casam por aqui. Mas, quando fomos à banca no dia seguinte, descobrimos que estávamos na capa do maior jornal das Ilhas Faroe! Há também uma versão na página online, que inclui várias fotos do casamento.
Eu não podia deixar de traduzir a matéria do jornal. Com limitações e bastante improviso, é claro, mas dá para o gasto. Eis aqui a primeira parte:

Do Brasil para as Ilhas Faroe: Isto foi incrível

Ontem aconteceu um casamento totalmente especial na igreja de Tvøroyri, em que um casal veio desde o Brasil até Tvøroyri para se casar, pois não imaginavam lugar melhor para a sua cerimônia que as fantásticas Ilhas Faroe

Foi incrível!
É o que dizem Eduardo Trindade e Renata Teixeira.
Eles são do Brasil, mas percorreram todo o caminho até as Ilhas Faroe com um objetivo especial, o de se casarem, pois não conseguiam imaginar lugar melhor para concretizar sua união.
Eles se casaram na igreja de Tvøroyri ontem à tarde numa cerimônia que, nas próprias palavras dos noivos, foi incrível, melhor ainda do que haviam sonhado.
-A emoção foi muito grande, especialmente quando o padre falou de nós e de como tínhamos nos conhecido, isso foi muito especial, disseram eles.
Um longo tempo pensando nas Ilhas Faroe
O engenheiro químico Eduardo Trindade, de 36 anos, e a bibliotecária Renata Teixeira, de 39 anos, ficaram completamente encantados com a natureza, as pessoas e a cultura das Ilhas Faroe. Eles se mostram positivos até com relação ao clima, tendo pego muito pouca chuva, embora o dia ontem estivesse nublado.
A primeira vez que eles ouviram falar das Ilhas Faroe faz alguns anos. Eduardo havia lido um livro de um famoso aventureiro brasileiro, Amyr Klink, escrito após uma viagem de veleiro em que Klink visitou a Antártica em 1989 e rumou em seguida para o Ártico. A viagem durou um total de 642 dias e, no meio do caminho, o velejador passou pelas Ilhas Faroe.
-No livro, ele escreve que, de todos os lugares que havia visitado naquela viagem, o que mais o havia tocado era as Ilhas Faroe, diz Eduardo.
-Assim surgiu a ideia de que, quando possível, deveríamos vir até aqui e ver com os próprios olhos esse lugar.
A oportunidade de fazer a longa travessia do Brasil para cá surgiu em 2013, quando viajaram para alguns dos países nórdicos.
Antes disso, Eduardo e Renata haviam se conhecido num ônibus no Rio de Janeiro.
Sem saber, eles tomavam todo dia o mesmo ônibus para ir ao trabalho. Até que, certa ocasião, sentaram um ao lado do outro no ônibus e começaram a conversar. Então passaram a se ver mais vezes e foram descobrindo mais afinidades.
E um dia surgiu a oportunidade de passar férias na Escandinávia e de aproveitar para conhecer pessoalmente as Ilhas Faroe. Quando o fizeram, foi no inverno, em fevereiro, como eles contam:
-Ficamos aqui por apenas dois dias, mas foi o suficiente para ficarmos encantados pela paisagem, e tivemos certeza de que precisávamos voltar com mais tempo.
No verão de 2014, então, retornaram às Ilhas Faroe. Nesta ocasião, acabaram ainda mais encantados com o lugar que da primeira vez. Ficaram por cerca de uma semana e, dentre outros lugares, visitaram Suðuroy.
-Nós ficamos encantados com a receptividade das pessoas, em Suðuroy conhecemos pessoas incrivelmente amigas e hospitaleiras.
Não há lugar melhor que as Ilhas Faroe
Eduardo e Renata são cada um de partes diferentes do Brasil e moram no Rio de Janeiro, ou seja, num terceiro estado.
-O Brasil é um país muito grande e seria difícil reunir todas as duas famílias numa cerimônia de casamento. Então resolvemos fazer da nossa maneira, do jeito que seria melhor para nós dois, e para nós não havia lugar melhor que nas Ilhas Faroe.
-As Ilhas Faroe têm um significado muito especial para nós. Desde a primeira vez, ficamos encantados com o quanto o lugar é bonito e o quanto os faroeses são simpáticos, diz Renata.
Eles ficaram realmente encantados com isso, e dizem que os faroeses são incrivelmente hospitaleiros e amistosos.
-Mesmo quando um faroês nos encontra pela primeira vez, é como se já nos conhecesse a vida inteira. A experiência foi tão boa, tão incrível, que resolvemos que deveríamos voltar às ilhas para poder ficar mais tempo.
-No Brasil temos uma reputação de sermos um povo receptivo, mas os faroeses são ainda mais simpáticos e hospitaleiros, e são bastante abertos com os estrangeiros. Quando um faroês fala algo ou faz um convite, mesmo para alguém que acabou de conhecer, percebe-se que é sincero, do coração. As pessoas no Brasil nem sempre são assim, diz Eduardo.

(continua na próxima postagem)

2 comentários:

Alice disse...

Desde a história de como se conheceram até o casamento, tudo parece ter sido retirado de um conto de fadas. Mas o melhor: é real.

Muito lindo e emocionante ler!

Abraços.

Renata Teixeira disse...

Acho que nunca vou me cansar de ler essa reportagem. Assim como acho que nunca vou acreditar de verdade que o nosso casamento foi real, que aquela cerimônia foi real.
Será que foi mesmo? Será que não foi apenas um sonho lindo ou um filme romântico?
<3 <3 <3