segunda-feira, 4 de julho de 2016

Na capa do jornal: foi incrível! (2/2)

Aqui vai a continuação da postagem anterior, com a conclusão da matéria de Áki Bertholdsen.

Embora estejam há poucos dias nas Ilhas Faroe, eles já têm ligações com vários faroeses. Os faroeses são hospitaleiros, amistosos e autênticos, diz Eduardo.

O clima não é problema
Muitas vezes, estrangeiros recém-chegados dizem que as Ilhas Faroe são frias demais. Eduardo e Renata discordam:
-No Rio de Janeiro é tão quente que chega a ser desconfortável, preferimos um clima mais ameno, dizem eles.
Contudo, eles gostariam que aqui houvesse um pouco menos de chuva e de vento:
-Realmente há bastante vento e chuva, e o tempo muda constantemente nas Ilhas Faroe.
Outra coisa que os maravilha é haver tantas horas de claridade durante o verão:
-Houve uma noite em que acordei e achei que tinha perdido a hora, e levei um momento até lembrar de olhar para o relógio e descobrir que ainda era madrugada, apesar da claridade lá fora.
Apesar disso, eles dizem que as Ilhas Faroe parecem ser um bom lugar para viver, e imaginam que seriam felizes se morassem aqui.
Eles ainda não tiveram oportunidade de experimentar muitas comidas faroesas mas, nesta viagem, foram a um restaurante perto de Tórshavn onde provaram ræst [carneiro seco].
-É um prato forte, mas bastante saboroso.
Dentre as coisas que ainda não viram mas têm vontade de conhecer, citam o Ólavsøka [Dia de Santo Olavo] e o festival de Gøta.
Eles têm vontade de aprender feroês, mas dizem que isso não é fácil, pois a língua é difícil e não há professor no Brasil. Mesmo assim, compraram um livro e estão se empenhando em ler, começando por algumas frases simples como "hvussu eitur tú", "góðan dagin" e "hvussu góngur".

Eles formavam um casal feliz e sorridente ao sair da igreja após a cerimônia.

Chocados com o grindadráp
Eduardo diz que não há muitas pessoas no Brasil que já ouviram falar nas Ilhas Faroe:
-Então, quando nós mostramos fotos das Ilhas Faroe, as pessoas ficam encantadas. Chegam até a duvidar de que exista um lugar assim.
Ele diz também que, quando as pessoas procuram pelas Ilhas Faroe na Internet, ficam um tanto chocadas com as imagens de grindadráp [caça a baleias-piloto] que aparecem na tela.
-As pessoas se chocam quando veem fotos disso, e comentam, nós mesmos já demos algumas explicações sobre o grindadráp lá.
-Eu mesmo, na primeira vez em que vi fotos de grindadráp, fiquei um tanto chocado. Mas é preciso entender a origem de tudo isso. Com o tempo, passei a entender melhor a questão cultural que há por trás. A maioria das pessoas come muita carne, mas não mata animal algum, então não vê sangue. Não comem baleias, mas comem vacas e porcos. Assim como comem galinhas e outros animais. Aqui nas Ilhas Faroe, o animal que sempre houve, historicamente, é a baleia. Por uma questão de sobrevivência, em cada lugar sempre comeram o que havia disponível, considera Eduardo.
Ele mesmo, entretanto, não provou a carne de baleia.
-Não provei baleia. Nem houve oportunidade, para falar a verdade. Também não presenciamos nenhuma caçada. Mas nossa experiência aqui tem sido tão rica em outros aspectos, e isso é o mais importante, diz ele.

O casal recém-casado. O buquê de Renata é um puffin.

O bem mais valioso
Eduardo e Renata dizem que, quando resolveram se casar nas Ilhas Faroe, não sabiam como a ideia seria recebida. Quando escreveram para Jónsvein Bech, o sacerdote, assim como para alguns outros faroeses, ficaram aliviados com a boa acolhida que tiveram de todos. Da mesma forma, elogiaram a presença de todos na igreja e a forma como cada dificuldade foi sendo resolvida.
-A cerimônia foi perfeita e inesquecível, realmente nunca nos esqueceremos disto. Queremos agradecer a todos vocês, a todas as pessoas que nos ajudaram - com o penteado e maquiagem da noiva, com as roupas faroesas, levando-nos para lá e para cá, e tantas coisas mais.
Eles se mostraram especialmente emocionados com o sacerdote, que celebrou a cerimônia praticamente toda em inglês, desejando-lhes muitas felicidades e expressando o quando todos nós ficamos felizes e agradecidos por terem vindo de tão longe para se casar aqui.
-Isso é o mais valioso. Nós já sabíamos que os faroeses eram simpáticos e hospitaleiros, mas agora descobrimos que o são ainda mais do que podíamos imaginar, dizem Eduardo e Renata.
Eles vão embora das ilhas no final de semana:
-Vamos levar os papéis ao consulado brasileiro em Copenhague, para que possam ser aceitos no Brasil.
Eduardo mantém um blog na Internet onde escreve sobre vários lugares. Ele já escreveu lá sobre suas os outras viagens do casal às Ilhas Faroe. Para os leitores que tenham algum conhecimento de português, o endereço do blog é http://cartas.edutrindade.com
Quem quiser ver mais fotos deste fantástico casamento em Tvøroyri pode ir à página www.in.fo, clicar em Myndasavn e procurar lá pelo álbum [link direto aqui].

Eduardo e Renata disseram ter ficado emocionados no momento em que o padre os declarou marido e mulher.

Um comentário:

Renata Teixeira disse...

Yes, I do!
Como é possível que aquele povo seja tão encantador, tão amável, tão carinhoso? Muito inacreditável!
Eu queria que o Áki tivesse escrito o nome de cada uma daquelas pessoas maravilhosas que mudaram nossa vida.
Sonho!