domingo, 15 de março de 2015

Kofola

A República Tcheca é a terra da cerveja. Ou pelo menos uma das terras da cerveja. Tanto que “pilsen”, que é o nome dado ao tipo mais comum de cerveja de baixa fermentação, nada mais é que uma referência à cidade tcheca - Pilsen - em que este surgiu. Mas, em nossas andanças pela Republica Tcheca e pela Eslováquia, o que nos chamou a atenção foi um refrigerante.
Não é de hoje que temos atentado, em cada lugar que visitamos, para os refrigerantes diferentes que encontramos. Especialmente para aqueles autóctones - exclusivos, muitas vezes típicos. A Inca Cola, no Peru. Sun Cola (refrigerante de cola sem gás, vendido em caixinhas TetraPak com canudo), nas Ilhas Faroe. MezzoMix. Old Style Original Kola. Faxe Kondi. Cockta. E, claro, os brasileiríssimos Guaraná Cruzeiro, Itubaína, Mate Couro e tantos outros.… Alguns dignos de nota, outros francamente decepcionantes, mas sempre, no mínimo, uma pequena diversão garantida.
Na antiga Tchecoslováquia, a marca nacional de refrigerantes era (e ainda é) a Kofola. Ora vejam, até o nome é curioso! Claro que tratamos de provar, e francamente a degustação superou nossas expectativas. Imaginem um refrigerante consideravelmente menos doce que a Coca-Cola. A Kofola tem menos açúcar e, assim, menor valor energético que a Coca-Cola, além de ter também menos sal. Tem, sim, um característico sabor de ervas, algo que lembra funcho, e que parece ser a marca registrada da bebida. Tudo somado, a Kofola nos conquistou. Fomos adiante e descobrimos outras variedades de Kofola - até mesmo com guaraná, além de versões com cereja e com limão. Esta última - Kofola Citrus - elegemos facilmente como a melhor delas, e fortíssima candidata a melhor refrigerante do mundo! O sabor cítrico compensa o de ervas e ambos complementam muito bem a tradicional base de cola.
Então, passamos a procurar Kofola por onde quer que passássemos, e em particular Kofola Citrus. Na Eslováquia, compramos dessa última em garrafas de meio litro perfeitas para carregar durante o dia durante nossos passeios. Chegamos à República Tcheca e, por algum motivo, só conseguimos encontrar Kofola Citrus em garrafas grandes, de dois litros (apenas a Kofola original estava disponível na embalagem menor). E olha que procuramos bastante, vasculhávamos todo mercado que encontrávamos em busca da Kofola Citrus….
Para dizer que não encontramos, houve um dia em que lá estava: numa dessas máquinas de venda automática de refrigerantes, garrafas de Kofola Citrus de meio litro ao nosso alcance. Ou quase. A máquina agarrou nossa moeda e nada de entregar a Kofola! A muito custo consegui reaver nossas coroas, mas fomos obrigados a desistir. Daquela fonte não sairia refrigerante.
No final, acabamos nos contentando com a garrafa grande, o que (ai de nós) só fez aumentar o consumo diário de Kofola. E, claro, demos um jeito de trazer um pouco para casa. Para nossa imensa tristeza, a última garrafa acabou hoje. Diante da iminente crise de abstinência, só resta implorar: se alguém for a Praga, que nos traga alguma garrafa de Kofola. Na falta da Citrus, a original está valendo.

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