(uma crônica-desabafo)
Férias! Viajar, conhecer novos lugares e pessoas, esquecer o trabalho e as preocupações.
Então entramos no avião da Air France, que demorou uns 50 minutos a decolar devido a um atraso da tripulação.
Basicamente por conta disso, ao chegar em Paris, perdemos nossa conexão que seguiria para Amsterdã e depois para Bergen. No balcão da empresa, primeiro disseram que não havia mais voos no mesmo dia, depois nos ofereceram lugares num avião da SAS que nos levaria ao destino passando por Copenhague.
Perdemos a conta de quantas horas o voo da SAS atrasou. E perdemos a conexão em Copenhague. Acomodaram-nos em outro voo, o último do dia, e pousamos em Bergen poucos minutos antes da meia-noite.
Pousamos em Bergen, mas não as nossas malas. Como já temíamos desde duas conexões frustradas atrás, a bagagem ficara perdida pelo caminho. No balcão do aeroporto de Bergen, entregaram-nos kits para sobrevivência de sem-bagagens (pouco mais que uma camiseta, xampu, escova e creme dental), um número de protocolo e a promessa de que entregariam nossas malas assim que as encontrassem.
No dia seguinte, perambulamos pela cidade com a cabeça nas malas (sorte que nesse dia não fez muito frio e pudemos nos virar com o que tínhamos). Tentamos ligar para a SAS, mas sem sucesso. Comprei um chip de celular para telefonar para o número que nos haviam dado, mas, para funcionar, o chip exige um cadastro que até hoje não consegui fazer. O site de rastreamento de bagagens da empresa também não oferecia informação alguma. Preparamo-nos para passar outra noite sem nossas malas: compramos novas camisetas e roupas íntimas.
No outro dia, o site ainda não tinha informações e eu já temia pelo pior, lembrando das estatísticas que dizem que as malas perdidas, quando são recuperadas, em geral, o são no dia seguinte. Mas consegui contato com um ser humano pelo telefone que disse que haviam achado as malas! Estavam a caminho, em algum canto obscuro de algum aeroporto europeu, e chegariam a Bergen pela tarde. Começamos o dia mais aliviados.
À tarde, telefonei novamente e a previsão era de que as malas chegariam à noite e não teriam como entregá-las no mesmo dia. Mas outro dia sem as bagagens, reciclando as poucas roupas que tínhamos e vendo o termômetro cair perigosamente, seria mais do que merecíamos. Resolvemos então ir pessoalmente até o aeroporto: à noite, investimos mais algumas de nossas coroas em passagens de ônibus e lá fomos nós. As malas ainda não estavam em Bergen, mas num voo que pousaria dali a uns 40 minutos. Esperamos. O avião chegou, e não é que dali a pouco nossas malas apareceram na esteira?
Pronto. Ainda estamos esperando o ressarcimento das despesas que tivemos mas, já com a bagagem, a viagem pôde enfim começar.