Partindo de Ouro Preto, segui viagem de carro. No roteiro, Congonhas, Tiradentes, São João del Rey.
Primeira parada, Congonhas — não o famigerado aeroporto de São Paulo, claro, mas a cidade a meio caminho do roteiro histórico tradicional de Minas Gerais. Verdade que Congonhas não tem muitos atrativos quando comparada com outras cidades da região, mas já esperava por isto. Por outro lado, havia dois motivos que faziam com que a visita valesse a pena. Primeiro, a localização conveniente: era possível sair de Ouro Preto pela manhã e fazer lá uma parada estratégica, vendo o que há para ser visto, almoçando e seguindo caminho a tempo de alcançar Tiradentes antes do entardecer. Segundo, sem dúvida, os profetas de Aleijadinho, que são talvez a obra mais impressionante da arte barroca mineira.
Não vou me perder em explicações didáticas sobre as estátuas ou sobre a basílica; deixo isto para os guias especializados. Prefiro dividir com vocês as fotos: quem gosta de fotografia pode dedicar um bom tempo em Congonhas a explorar diferentes ângulos, texturas e efeitos em torno dos profetas de Aleijadinho. Quem não faz questão de fotografias, pode simplesmente admirar as estátuas enquanto se desliga da vida. E quem tem fome, como tive, pode apostar que vai encontrar em Congonhas uma boa mostra da inigualável cozinha mineira. Aventurei-me num restaurante ao lado do santuário, praticamente à vista dos profetas. Um casarão amplo em estilo colonial que, talvez pelo horário ou por ser meio de semana, estava quase vazio. Porém, acolhedor: enquanto a comida não vem, é fácil e gostoso conversar com os mineiríssimos donos do restaurante. Quando chega o prato, é difícil lembrar que a gula é um pecado: diante de comida tão abundante e tão saborosa, fartar-se só pode ser um grande prazer. Um dos tantos que se experimenta nestas estradas de Minas.