
A espinha dorsal de Prizren é o rio Bistrica, cortado por belas pontes e ladeado por cafés, restaurantes e calçadas de pedestres. Mesquitas (e também algumas igrejas cristãs) pontuam a cidade e suas ruas. Dominando a paisagem, no alto, está a fortaleza de Prizren.
Quando falo do passado otomano, no entanto, não quero dizer hegemonia cultural. Pelo contrário: trata-se dos Bálcãs, do Kosovo... Uma região de muitas misturas. Claro que a influência albanesa, turca e muçulmana está por toda parte - a começar pelas mesquitas cujos minaretes se avistam de longe. Mas, por exemplo, basta sentar num dos cafés na margem esquerda do rio para encontrar doces com uma certa inspiração vienense (a Áustria também já dominou essas terras). Por outro lado, o café em si pode muito bem ser tirado à moda balcânica (ou turca), com um pó grosso decantado num bule de cobre, e não coado. Para matar a fome, quem quiser vai encontrar a universal pizza, mas também pode provar o tradicionalíssimo burek com iogurte ou ayran. Um legítimo burektore é um estabelecimento simples, sem cardápio, que só vende isso mesmo: burek que vem a ser uma espécie de pastel de massa folhada, acompanhado de ayran (iogurte diluído e salgado) ou de iogurte natural puro. Muito barato e saboroso, exceto pelo fato de que não consigo me acostumar à ideia de uma bebida salgada, como é o ayran.

Afastando-se do centro, há construções mais modernas, como a universidade, um parque para exercícios e um surpreendente supermercado com arquitetura inspirada na Casa Branca (os kosovares realmente amam os Estados Unidos).
