segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Circo de Inverno, Paris

Ah, o circo. Le Cirque d'Hiver. Esse foi uma inesperada surpresa. Eu havia visto os cartazes pela rua anunciando o espetáculo, mas não reparara muito, não chamaram a minha atenção. Outra coisa foi quando, caminhando, topamos com o circo ao vivo, em cores, tijolo e madeira. Estou falando de uma construção grande e linda, num estilo que só pode ser tão eclético quanto o próprio circo. Em Paris, o Circo de Inverno não é uma lona debaixo da qual os artistas se apresentam; é algo que eu não conhecia, um prédio redondo que, na melhor das comparações, lembra a mistura (ou evolução) de um circo tradicional com um charmoso teatro.
Atraídos, passamos pela porta e o ambiente interno acabou de nos conquistar. A bilheteria anunciava ingressos a partir de 10 euros para dali a 10 minutos. Compramos, contagiados por uma excitação infantil.
Sobe-se escadas, tal como num grande teatro. Lá em cima, espantado diante da grandiosidade de tudo, quase exclamei que a vista era bastante boa para ser o lugar mais barato da plateia. Então uma mulher vestida de paquita se apresentou para levar aos nossos verdadeiros lugares, marcados: literalmente as duas cadeiras mais escondidas, ainda mais no alto do que onde estávamos e ao lado de uma espécie de tapume. Mas a paquita disse (ou foi o que entendemos) que poderíamos mudar de lugar depois de começado o espetáculo, e assim fizemos, já que nem todas as cadeiras estavam ocupadas. Lugares confortáveis e bem frontais, embora longe da primeira fila.
O que tinha suas vantagens, pois nos deixava a salvo das brincadeiras dos palhaços. De quebra, bem divertidas - gosto de palhaços. Fazia anos que não ia a um circo e esse me encantou. Não só pela grandiosidade do ambiente. A banda tocava em sintonia com as atrações: tigres, gatos, cavalos e pombos; trapezistas (e meu coração que pulava da boca, eu que tenho certo medo de altura); o mágico; malabaristas, amazonas, dançarinas. Tudo a que se tem direito, inclusive um pequeno intervalo: o espetáculo era em dois atos, lá pelas tantas eu não sabia se estava num circo ou num teatro.
Tão diferente dos circos itinerantes de lona, e tão nostalgicamente parecido. Fiquei paralisado por uns instantes quando terminou a última apresentação. Mas paralisado com um sorriso no rosto: tinha descoberto que sim, ainda se faz circo como antigamente.

Um comentário:

Renata Teixeira disse...

Ei gatinho! Fala sério, esse circo foi um presente né. Me encantou muito ver tudo aquilo, ver cada um daqueles bichos, ver cada uma das apresentações. Tudo muito mágico... tanto quanto uma viagenzinha para Paris num feriado!!!