Chegamos um tanto cheios de cuidados: mesmo sabendo que se trata de um dos países mais tranquilos da região, havia uma série de informações sobre como se portar com "decência", usar as roupas adequadas, não demonstrar afeto em público etc.
Acabamos descobrindo que a regra principal lá (como provavelmente em qualquer lugar do mundo) é o bom senso. As roupas que as mulheres usam, por exemplo, há de todos os tipos, desde o nível prostituta-de-Copacabana até o nível burca talibã - e fica evidente que o bom senso se localiza no meio do espectro. Aliás, a roupa que se usa nos Emirados merece um capítulo à parte.
Talvez a maior diferença seja mesmo que os casais, quando em público, evitam andar abraçados e trocar beijos. Embora, procurando com atenção, seja possível ver algum par árabe de mãos dadas.
O que chama a atenção é a quantidade de estrangeiros: o país tem mais imigrantes que emiradenses. Na rua, todo mundo pergunta de onde somos e acaba sendo interessante quando perguntamos de volta e descobrimos pessoas de vários lugares da Ásia ou de outras partes do mundo.
Boa parte dos ocidentais, quando pensa nos Emirados, lembra de Dubai e, em menor escala, de Abu Dhabi. Não à toa; são cidades que impressionam. Não me espantaria descobrir que o país tem proporcionalmente uma das populações mais urbanizadas do mundo, afinal a terra por lá é inóspita e viver fora das cidades é um desafio. Ainda assim, é incrível pensar em como essas cidades cresceram e se desenvolveram em tão pouco tempo. O que não tira o fascínio de se passear além dos grandes centros: o interior também tem paisagens e pessoas únicas.
Enfim, viajar aos Emirados é um mergulho cultural daqueles que dificilmente se consegue de outra forma. E o que é melhor: mergulha-se de forma tranquila, sem grandes medos ou sustos. Aprende-se um pouco a cada carona na estrada, a cada prato de comida, a cada barganha no mercado.