sábado, 6 de julho de 2013

As 10 melhores cidades pequenas do mundo

Começou quando vi uma outra lista: as "top 10" pequenas cidades. Pena que a tal lista, elaborada por um estadunidense, só tinha cidades estadunidenses. Comentei isso com uma amiga e ela me retornou o desafio: como seria um ranking brasileiro ou mesmo mundial?
Topei o desafio, e aqui está. Primeiro, é preciso esclarecer que minha lista, como todas desse tipo, é subjetiva, baseada em gostos e experiências pessoais. É claro que não esgoto o assunto e se, daqui a um ano, tiver de refazer a lista, ela provavelmente sairá diferente. Mas listas são divertidas de se escrever e de se ler, então o exercício é válido!
Mas um mínimo de critérios. Uma cidade, para figurar na minha lista, precisa:
- ser agradável, com tudo de vago que essa palavra abrange;
- ter menos de 50 mil habitantes;
- ser um lugar que eu tenha visitado (isso exclui aqueles lugar com que a gente sonha ou só ouviu falar);
- que não houvesse outra cidade do mesmo país na lista, sendo o Brasil, com duas cidades, uma exceção a essa regra, afinal é obviamente o país que eu conheço melhor.
Dos quatro primeiros colocados, curiosamente três são insulares, o que demonstra minha predileção particular por ilhas. Outras três cidades da lista são litorâneas, e quatro são interiores.

10. Antônio Prado (RS), Brasil - 12.800 hab.
 A lista começa com uma cidade da serra gaúcha, representante da zona de colonização italiana. Poderia ser outra, visto que a serra é farta de pequenas e belas cidades, mas escolhi Antônio Prado. Sim, minha ligação com a região é sentimental e eu sou suspeito para dizer qualquer coisa, mas a lista é minha e coloco nela o que eu quiser. Isso posto, acreditem: Antônio Prado é uma joia, um lugar daqueles que, quando se visita, não se quer deixar para trás.


9. El Quisco, Chile - 9.500 hab.
É lá que fica a Isla Negra, que não é uma ilha de verdade, mas um belo balneário famoso por ser o endereço da mais fascinante das casas de Pablo Neruda. A casa hoje é um museu que vale a visita. E o lugar, perfeito para contemplar o Pacífico, é prova de que o poeta tinha bom gosto.

8. Colonia de Sacramento, Uruguai - 26.200 hab.
Não parece, mas é a maior cidade da lista. Colonia, que antes de ser uruguaia já foi portuguesa, espanhola e brasileira, é rica em história. Assim como é rica em arquitetura, comida e pitorescos carros antigos. A localização é estratégica, de frente para Buenos Aires. E, como se não bastasse tudo isso, é a terra do divino queijo colônia.




7. Cortona, Itália - 23.000 hab.
A Toscana não poderia ficar de fora da lista. Para representá-la, escolhi essa cidade encantadora, que pode não ser tão famosa quanto outras dos arredores, como Florença ou Pisa, mas que não perde nada por isso. Cortona fica no alto de uma colina e tem tudo o que eu gosto numa cidade pequena: ruas e casas centenárias, belas vistas para a paisagem em torno, pequenos comércios, boa comida e, ainda, um surpreendente museu.


6. Bled, Eslovênia - 5.300 hab.
É daqueles lugares que a gente, mesmo antes de conhecer, imagina que devem se parecer com o paraíso. A cidade de Bled fica ao redor de um lago na região alpina. As montanhas em volta têm os picos nevados. No meio do lago há uma ilhota com uma antiga igreja, aonde se chega de barco. E, do lado do lago, um morro com um castelo medieval que domina o cenário. Quando se percorre as ruas que levam ao castelo, vai-se pensando: impossível não ser feliz num cenário desses.


5. Tiradentes (MG), Brasil - 6.400 hab.
O estado de Minas Gerais como um todo é um lugar de boa comida, gente simpática e belas paisagens. A cidade de Tiradentes, para mim, sintetiza isso tudo que o estado tem de melhor, e mais: repleta do casario colonial que me encanta na região. Fico quase querendo que a cidade seja um pouco maior, só para poder descobrir mais uma senhorinha fazendo pão de queijo além da última esquina.



4. Valletta, Malta - 7.000 hab.
É uma das menores cidades da lista, mas é também capital de país. Isso dá a ela uma posição interessante, ao mesmo tempo pequena e cosmopolita, onde todos falam duas ou três línguas, sem contar que possui uma arquitetura histórica de encher os olhos. Valletta, por si só, é pouco mais que um grande bairro, mas tem a vantagem adicional de estar perto das demais cidades maltesas, das quais a minha preferida é Mdina - outro lugar que poderia facilmente figurar aqui.


3. Angra do Heroísmo (Açores), Portugal - 12.100 hab.
Mais de uma cidade açoriana poderia entrar na lista. A remota e minúscula Vila do Corvo, por exemplo. Acontece que o Corvo é tão peculiar que mal poderia ser considerado uma cidade. Angra, por outro lado, é definitivamente uma cidade. Talvez uma das mais variadas dos Açores em termos de paisagem, gastronomia e opções de lazer. Angra do Heroísmo é o lugar para se provar os típicos pastéis de D. Amélia. D. Amélia é a imperatriz, esposa do nosso D. Pedro I, e Angra também é um bom lugar para se aprender sobre eles. Como o é para passear num parque, em ruas históricas, ou procurar os acordes da tradicionalíssima viola de doze cordas.


2. Rovinj, Croácia - 14.300 hab.
Uma pitoresca península no mar Adriático, cortada por ruas de pedra que adquirem uma luz mágica sob o por-do-sol. Rovinj tem tudo para ser uma cidade turística, e de fato é; mas o legal é que a cidade mantém uma personalidade autêntica, há um clima que é, sem dúvida, muito mais de vilarejo de antigamente que de mega-balneário. Em Rovinj, fiquei hospedado na casa de uma família (parece que todos por lá têm um ou dois quartos para alugar) e para chegar ao meu quarto eu passava pela sala onde a família assistia TV. Em Rovinj, comprei um sorvete (delicioso como os italianos) e o vendedor me ofereceu porção dupla como símbolo de amizade de quem recebe um estrangeiro. Difícil não se sentir em casa assim.


1. Tórshavn, Ilhas Faroe - 19.700 hab.
Estou convencido de que cada uma da Ilhas Faroe mereceria facilmente um título de beleza. Tórshavn, a capital e maior cidade do arquipélago, é a personificação do encanto feroês em sua forma urbana. Muito do atrativo de Tórshavn está, na verdade, fora da cidade: as montanhas verdes e com picos nevados, as pontes e túneis sobre e sob o Atlântico, o azul insuperável do mar. Mas a cidade em si já é simpática: as casas com vegetação no telhado, os barcos no cais, a vendedora de crepe da esquina, a lojinha que vende CDs de música feroesa. Tórshavn também concentra comodidades que em outros lugares pareceriam banais mas que, lá, chegam a ser pitorescos: o único shopping das Ilhas Faroe, a única universidade, o estádio nacional de futebol (casa da persistente seleção local). Difícil é escolher um lugar preferido na cidade, mas eu fico com o banco da praça em frente ao mar, de onde vejo o mundo e o movimento do porto.

2 comentários:

Cecília Sousa disse...

Otimo post! Amo cidades pequenas. Parabéns pelo texto, como sempre muito bem escrito.

Renata Teixeira disse...

Acho que sou capaz de afirmar que conheço as cidades que nunca visitei só por ler seu post Edu. E revisitei as que estava contigo ou que já conhecia. Cidade pequena é mesmo muito gostoso, tudo muito calmo, mais pessoal. Adoro.