Em casa de ferreiro, nem sempre o espeto é de pau. Se eu tivesse de escolher o ponto mais emblemático do meu gauchismo, seria provavelmente o hábito do chimarrão. No trabalho ou em casa, são raros os dias em que não bebo chimarrão. As visitas que recebo, sejam ou não gaúchas, já se acostumaram a serem recebidas por um mate recém cevado. Estudando, assistindo a um filme, velejando, sozinho ou acompanhado, lá estou eu e lá está uma cuia na minha mão.
Minha bagagem sempre volta de Porto Alegre com um pacote de erva-mate. Sou encantado pelo ritual de comprar erva numa das bancas do Mercado Público.
E, se viajo para Uruguai ou Argentina, vou e volto embebido pela cultura do mate que não é só riograndense, mas de todo o Pampa e de todo o Prata.
Assim, aos poucos, fui juntando algumas cuias. Não chega a ser uma coleção, mas são lembranças particulares - não só dos lugares em que foram compradas, mas também dos momentos em que foram utilizadas.
Da esquerda para a direita:
1. Esta cuia veio comigo quando me mudei para o Rio de Janeiro. Durante um bom tempo, levei-a para o trabalho, até substituí-la por uma outra, um pouco menor e que consome menos erva!
2. Do Brique da Redenção. Claro que esta cuia chama a atenção pelo emblema do colorado, mas não é só isso: o porongo parece que foi escolhido a dedo, perfeito para um mate, e o entalhe é de um tipo que eu não conheço igual.
3. Esta é de Montevidéu, comprada em 2004 e, como praticamente tudo de lá, tem um forte laço afetivo comigo. Pequena, é perfeita para um mate à uruguaia.
4. A mais nova, e um pouco menor que a anterior, também é do Uruguai, mas de Colônia. O desenho de veleiro e ondas e o fato de ter sido comprada praticamente às margens do Rio da Prata dizem muito dela e de mim.