Hoje eu andei de elefante. Como descrever? Era um elefante indiano, claro, com aquela cara amiga de elefante. Pintado e decorado com as cores que se imagina nas pinturas mais otimistas. E o passeio? Bem, foi literalmente mais uma "volta" que um "passeio". É algo diferente. Primeiro, porque se vê tudo do alto. E também porque o sacolejar do elefante não se parece com nada de que eu me lembre - nem cavalo, nem um barco, nada mesmo. Mas seria agradável e divertido. Valendo, assim, as 500 rúpias que paguei - equivalentes a 25 reais ou cinco Maharaja Mac com coca-cola e fritas. Sendo que Maharaja Mac é o sanduíche que o McDonald's mais vende aqui, pois é óbvio que nao existe o Big Mac tradicional.
Bem... O que incomoda, na Índia, é que, já na metade do caminho, o condutor do elefante começa a me pedir gorjeta. "Tip! Tip! Tip!" E, quando desci do elefante, mais pedidos de gorjeta além do pagamento que havia sido acertado. Eles são amistosos e solícitos, mas somente enquanto esperam receber algo em troca. Não é a quantia que incomoda, é o assédio. E sabe no que mais eu pensei? No pobre do elefante, que tinha ainda menos escolha do que eu. Se eu estava me sentindo incomodado, que dirá o elefante! Fiquei com pena, sim. Perguntei o nome e me disseram que era Pashna (se é que meu ouvido entende algo de hindi). E o tal condutor não parecia ter cara de quem tratava tão bem o Pashna... Pobre amigo!
Sim, eu andei de elefante. Tenho fotos disso e, certamente, historias para contar enquanto houver gente disposta a ouvir. Por apenas 500 rúpias, fora a gorjeta. Mas para o elefante quanto terá custado esse passeio e tantos outros?