domingo, 5 de junho de 2016

Um livro para viajar e a cidade de Bratislava

Foto: Eduardo Trindade
"A máquina de xadrez", do alemão Robert Löhr, é um livro que eu recomendo. Trata-se de um romance engenhoso, ambientado no século XVIII, que reúne várias das características que me atraem num livro, como o fundo histórico e a narrativa ágil e levemente misteriosa, que prende a gente até a última página. Eu gostaria de falar um pouco mais do livro, mas é difícil fazer isso sem dar com a língua no dentes, então me limito a copiar um pequeno trecho da contracapa: "No século XVIII, o barão Wolfgang von Kempelen encantou o continente europeu com a máquina de xadrez. Um autômato vestido de turco desafiava qualquer humano para uma invencível partida." Isso é estritamente real, está nos anais da história, como vocês podem conferir se tiverem curiosidade. E, a partir desse ponto, o autor escreveu seu livro.
A história se passa em Pressburg - e é aí que ela começa a sair das folhas do livro e da realidade histórica para a nossa realidade. Pressburg é o antigo nome de Bratislava, a atual capital da Eslováquia. A cidade é descrita pelo autor e, mais do que naturalmente, acabou absorvendo parte do meu interesse pelo próprio livro. Acontece: bons livros levam a gente a querer saber mais sobre seus personagens, lugares e segredos! Com "A máquina de xadrez", não foi diferente: demorou um pouco, mas acabei pisando em Bratislava.
Foto: Eduardo Trindade
Que é relativamente pequena para ser capital de um país, mas tem charme de sobra. Bratislava é um típico exemplo de uma cidade nobre do velho império austro-húngaro, tendo assim certos ares em comum com Viena, Praga e Budapeste, mas duma forma, digamos, mais intimista. O rio Danúbio está lá, tocando o centro histórico, que é compacto e muitíssimo bem conservado. Os restaurantes estão por todos os lados. E o que talvez mais chame a atenção são as estátuas bem-humoradas que se espalham por diversos pontos do centro. Estão ali como se quisessem piscar para a gente. Não longe delas, tivemos o privilégio de alugar um pequeno e confortável apartamento - o que acaba sendo mais gostoso do que ficar hospedado num hotel. Quase como se habitássemos as páginas de um livro.

Duas das estátuas de Bratislava


3 comentários:

Renata Teixeira disse...

Esse livro é muito bom. Aliás, você geralmente recomenda ótimos livros. O que mais me encanta no livro é o humor: inteligentíssimo!
Passear por Bratislava foi muito gostoso. A cidade é muito linda, cheia de mimos e coisinha surpreendentes. Lembro do cachorrinho de cachecol sentado num banco da praça, de outro cahorro confortavelmente dormindo dentro da vitrine de uma loja e do jornal super divertido de um dos restaurantes que almoçamos. De um cartaz/aviso super divertido na porta de uma loja (algo sobre ser filmado e fazer caretas). E claro, me lembro da Kofola!!! Como esquecer da Kofola!!!!! =D

Eduardo Trindade disse...

Acho que sempre lembraremos da Tcheco-Eslováquia por causa da Kofola! Como nos divertimos! Muito bom!

Renata Teixeira disse...

Sim, parecíamos viciados em busca de Kofola! Fomos seduzidos pelo nome em posto de gasolina e depois de experimentar aquela iguaria, nos rendemos à paixão! Agora estamos órfãos de Kofola!