
Trata-se de uma cidade menos exuberante que Pequim, embora esta não me pareça uma comparação totalmente justa, dadas as diferenças históricas e econômicas entre a China e a Coreia. Por outro lado, Seul sai ganhando em pelo menos um ponto: a comida coreana é fantástica (assunto para um próximo capítulo!).
Seul é uma mistura interessante de construções e culturas novas e antigas. Em alguns momentos parece que o novo prevalece, como quando se nota a profusão de arranha-céus por quase toda a parte central da cidade; mas então surge um bairro inteiro de casas em estilo tradicional. Isso para não citar os antigos palácios, templos budistas e portões. Em aspectos mais intangíveis, o contraste é ainda mais marcante: jovens usando as roupas tradicionais (hanbok), preocupados com a família e respeitando todas as normas de etiqueta convivem com a obsessão pelo k-pop (música pop sul-coreana), pelos telefones celulares e por maquiagem e cosméticos. Também nos banheiros, há sempre uma expectativa sobre o que se vai encontrar: o tradicional "buraco no chão" asiático ou moderníssimos vasos sanitários com luz interna e diferentes jatos de água e ar com temperatura regulável...
A despeito da dificuldade com a língua e apesar de todas as diferenças que costumamos experimentar quando viajamos ao Extremo Oriente, acabou sendo relativamente fácil se localizar e sentir-se em casa em Seul. Pelo menos a partir do momento em que comecei a entender o peculiar sistema de numeração dos prédios nas ruas coreanas! Tivemos a sorte de nos hospedarmos num excelente albergue, confortável e muito bem-localizado, o que ajudou bastante. Claro que a Coreia do Sul tem seu quinhão de curiosidades asiáticas. Por exemplo: uma comida extremamente popular é o Spam, uma marca de carne enlatada que entrou no país trazida por soldados estadunidenses durante a Guerra da Coreia. No Ano Novo Lunar, uma das principais datas comemorativas, as pessoas se presenteiam com caixas enormes e bem-decoradas cheias de latas de Spam. Chá também é bastante popular; mas, ao contrário da China e de outros lugares onde se consome chá preto, verde e outras variações da mesma planta, na Coreia predominam infusões de cereais - cevada, trigo sarraceno, arroz...

Seul é realmente uma cidade muito bonita. A expectativa pelos jogos atrapalhava um pouco, pois criava uma ansiedade muito grande pelas competições e eu acho que não senti tão bem a cidade. Reencontrar amigos de tantos anos (conheci o Mark em 2008 e a Jihey em 2012) foi muito especial. A comida coreana foi a cereja do bolo, ou melhor dizendo, o recheio de Nutella do bolo! Que delícia! A gente pode aproveitar meu braço perebento e ir no restaurante coreano, já que não preciso usar as duas mãos para comer com jeotgarak!
ResponderExcluirRealmente gerenciar as expectativas é um desafio, a gente fica tão ansioso pelo que está por vir (no caso, era Pyeongchang e Pyongyang) que acaba quase esquecendo de aproveitar o presente. Mas conhecer Seul foi muito gostoso, tão gostoso quanto a comida coreana. E sim, vamos atrás dela lá na Barra!
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