
Aliás, interior é modo de dizer, pois não há uma separação clara entre uma faixa litorânea e o interior continental. A Dinamarca é composta por uma península, a Jutlândia, e um complexo arquipélago interligado por inúmeras pontes e travessias de ferries. Copenhague fica numa das ilhas (a Zelândia), já bem próxima da Suécia. De lá, não seria difícil chegar ao extremo oposto do país com algumas horas de carro. Sair da Zelândia em direção à Fiônia já é espetacular, pois as duas ilhas são ligadas por um complexo de pontes impressionante que inclui o maior vão livre da Europa.

Independentemente de gostar da obra de Andersen (a verdade é que muitos de seus contos seriam considerados trágicos demais para as crianças de hoje, acostumadas às versões mais açucaradas da Disney), o passeio rendeu algumas descobertas interessantes. Como o fato de que o personagem que conhecemos por Soldadinho de Chumbo é, no original, um soldadinho de estanho. A verdade (num daqueles fascinantes casos de influência da química na história e na língua) é que ligas de ambos os metais foram usadas na fabricação dos brinquedos, apresentando cada um diferentes períodos de apogeu e declínio. Quando começaram a ser feitos, na Alemanha e logo na Inglaterra, usava-se estanho - daí na língua inglesa ter se popularizado tin soldier e, no dinamarquês de Andersen, tinsoldat. Mais tarde, brinquedos deste tipo começaram a ser feitos na França a partir de chumbo, que então era mais barato por aquelas bandas. O resultado é que as línguas latinas adotaram soldat de plomb (francês), soldadito de plomo (espanhol), soldadinho de chumbo e suas variantes. O que é curioso, já que, para a criança, realmente o importante era o brinquedo e não a matéria-prima de que ele era feito (e à qual retorna o soldadinho, no conto). O fato é que assim, seguindo pegadas, descobre-se muitas histórias em cada história.
Meu Deus!!! Nós dirigimos tudo isso??? Muito gostoso!!!
ResponderExcluirOdense é uma cidade muito linda e eu aprendi muito. Achei super interessante a "migração" da casa de Odin e me encantei pela vida do Andersen e pelo respeito que os dinamarqueses tem por ele. Me pergunto se um dia Nova Prata dará ao grande Hélio o reconhecimento que ele merece. De verdade!
Eu conhecia a história do soldadinho de chumbo ou do patinho feio, mas nem sequer sabia que eram dele, de um autor dinamarquês.
O museu é lindo, tem sentido, tem lógica - até hoje não consigo chamar o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro de museu...
As estruturas daquele país são muito bem pensadas. As estradas são ótimas e passam por cima ou por baixo do mar e onde a estrada não vai o barco nos leva. Pena que nos falta vontade política para que tenhamos estradas assim.
Aquela que botou o mapa, vou te cobrar a história de cada ponto marcado nele!!!