A meio caminho entre Porto Alegre e Montevideo, passávamos pelo Taim, e passavam por nós bandos de pássaros voando em V. Para onde iriam aquelas aves que cruzavam nosso céu e nossos sonhos?
Deixavam-me vidrado, colado ao vidro do carro, acompanhando com os olhos aqueles longínquos viajantes. Seriam pássaros uruguaios visitando o Brasil, ou pássaros brasileiros nos acompanhando ao Uruguai, ou talvez visitantes vindos de muito mais longe?
Aquelas aves viajavam em excursões que pareciam tão bem coordenadas! Ninguém se atrasava, ninguém se perdia a olhar lojinhas de quinquilharias, ninguém fechava a cara diante de insossos guias de museus empoeirados!...
Se eu me juntaria a uma excursão destas? Seria uma pena acompanhar o grupo e não poder parar para ver um detalhe da paisagem, ou para conversar com um guri na estrada, lá embaixo... Mas que delícia a companhia daqueles pássaros tão experientes em termos de voos a terras distantes! As tertúlias aéreas que teríamos valeriam, com certeza, por viagens inteiras.
E é por isso que os pássaros, de tempos em tempos, ficam trocando de posição no bando: aposto que estão é passando a cuia de chimarrão de mão em mão... Ou de asa em asa.
Que bonito, guri!
ResponderExcluirAposto que os pássaros migrantes, reunidos em torno da cuia do chimarrão, também não tem nenhuma preocupação mundana com gripes suínas ou aviárias! ;)
P.S.: "tertúlia", hein? Hoje aprendi uma palavra nova com você. Obrigada!
Caro:
ResponderExcluirEduardo!
Agradeço a boa lèitura que me propuciona:
È sempre um prazer, postar seus textos.
Serèi seu seguidor se me primitir.
Os meus melhores comprimèntos
Antònìo Manuel